Após repercussão negativa, Lula pressiona Fazenda por recuo na MP do comércio eletrônico
- Informe Iaçu
- 18 de abr. de 2023
- 2 min de leitura

Receita Federal havia anunciado fim da isenção em encomendas de até 50 dólares, em vendas de pessoa física a pessoa física. Objetivo era barrar sites que usam esse dispositivo para sonegar impostos em transações online, mas a medida foi considerada impopular.
Secretário da Receita havia anunciado proposta que barra isenção de imposto para compras pela internet de até US$ 50 de pessoa física para pessoa física.
O objetivo da medida é garantir a tributação de empresas asiáticas que hoje se passam por pessoa física como forma de fugir do tributo.
Dada a repercussão negativa da medida nas redes sociais, Lula pediu uma saída, e o governo pode recuar.
Uma das possibilidades agora é não acabar com a isenção, mas aumentar o cerco às empresas que burlam a taxação.
Quando o governo começou a estudar a mudança na norma, a estimativa era de aumento de R$ 8 bilhões em arrecadação.
O presidente Lula convocou uma reunião nesta segunda-feira (17) no Palácio da Alvorada para pedir uma saída do Ministério da Fazenda em relação à cobrança de imposto das varejistas asiáticas.
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O presidente está preocupado com a repercussão negativa nas redes sociais da medida e chegou a falar sobre isso na reunião. A primeira-dama Janja também apelou ao presidente, alegando que a medida era impopular. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia anunciado o aperto na fiscalização das asiáticas como uma das medidas para incrementar a arrecadação. Hoje, a regra prevê uma brecha ao não cobrar tributação de quem importa pela internet de pessoa física no valor de até 50 dólares. A equipe econômica quer fechar o cerco nesse canal, tributando as asiáticas que se passam por pessoa física como forma de fugir do tributo.
A medida traria cerca de R$ 8 bilhões, num total de R$ 155 bilhões que a Fazenda pretende recolher a mais com as medidas de melhora na arrecadação.
Um ministro que participou da reunião disse ao blog que Lula quer manter a isenção de pessoa física para pessoa física argumentando que não quer "afetar as pessoas comuns".
Ocorre que várias das asiáticas usam essa brecha para não pagar o tributo de importação, mas o presidente alegou que Shopee e AliExpress não usam esse mecanismo - mas, sim, outras como a Shein.
Nos bastidores, o Palácio do Planalto avalia que a Receita Federal errou quando o secretário do órgão Robinson Barreirinhas deu entrevista ao Uol anunciando justamente o fim da isenção de pessoas físicas. Barreirinhas é homem de confiança do ministro Fernando Haddad, mas foi criticado pelo entorno de Lula que pressiona pelo recuo.
Segundo dois ministros ouvidos pelo blog, Lula tem repetido que o foco tem que ser a fiscalização de quem usa o mecanismo para driblar a lei, e não o fim da isenção.
"Vamos tomar todas as medidas para evitar a simulação entre pessoas físicas mas o presidente não quer mudar a regra", disse um integrante do Planalto.
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